terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Palavras


A palavra é a única saída do labirinto, a luz que ilumina em meio a escuridão...a fuga e a solução. Só os manuscritos podem conduzir o homem à sobriedade, resgatar a dignidade, instaurar a purificação. Torna sã a quem expressa, elucida a quem desvenda...Suas combinações desencadeam a dor, o conflito e o conforto.Restaura o semblante...revigora a tez.Adormecem ou despertam: a vida é o próprio verbo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Nas frestas....


Uma porta sempre é ponto de entrada e saída...quando abrimos dispomos nossas atitudes ou nossas histórias....quando fechamos, enquadramos o último instante, de forma positiva ou negativa - é o testemunho das nossas ações e palavras.

Podemos escolher as portas...podemos interfir na sua ângulação, na sua aparência, ou simplesmente ser indiferente. Mas quando a escolhemos, optamos por desconstruir os instantes e construir novas etapas e suas inferências...nada fica imune à relações humanas, pois as mesmas estabelecem os padrões, regem os valores, estabelece os conflitos e promulgam a paz.

Convêm escolher as melhores portas, mas é preciso arriscar-se em conhecê-las em toda sua essência, e assim optar em escancarar ou fechar aquelas que julgarmos serem necessárias às nossas perspectivas e ao nosso crescimento.Portanto, quão maiores as possibilidades de escolha mais refinados serão os resultados.

Enfim, teste as chaves!
Olhe por entre as frestas!
Permita-se as descobertas!
Esses são apenas os subsídios...

Idílio



Nem de longe...alcance os pés...
Partido
Dissipado

Nem de longe...lance os olhos
Permitido
Procurado

Fulcro na história...no verso
Abruptamente conduzido
Caminhos reversos

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

con-ver-ter


Há momentos em que a vida pede transformação...não porque seja uma necessidade básica, relevante...mas porque a circunstância impõe...caminhos, pessoas, situações...a vida propicia novas descobertas, incertezas e perspectivas...Alguns amargam a mudança, outros se libertam das velhas correntes e abraçam o mundo...e tudo corre ao seu fluxo, ao seu tempo...a satisfação nem sempre é o melhor termômetro para as decisões...quando se pensa que se escolhe,decide ou sustentam-se os ideais, descobre-se que há uma infinidade de possibilidades e razões desconhecidas que podem sobrepôr-se à vontade e ao pensamento....podem ser oportunas, algumas vezes, e noutras desafios...cada pessoa é um momento, mas por vezes é um momento muito importante...portanto é essencial cuidar para que as pessoas não sejam momentos vazios e sem significados, sem expectativas, sem sonhos....mas abundantes e entregues às experiências da vida.Cada qual no seus ramos, suas semesntes e seus frutos, mas cuidando do seu alicerce comum: as raízes.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eclipse


Se há duas faces apenas
Da mais profunda emerge, ao breu.
Porque a luz quebranta a impureza
Transgride a imoralidade.
Nas cinzas experimenta o caos,
Conflito e solidão.
No fim do crepúsculo encontra o abrigo
Na busca descansa na escuridão.
Mas incandescente, assim surge.
Invisível, intocável.
E o eclipse assim dissipa...
E o desfruta em sua existência,
Revela a primazia da alma,
Na qual resplandece agora a essência,
O momento e a ausência.

Som e silêncio III

Das tuas cores somente o cinza
Nesta impureza singular
Não és santo nem promíscuo
Não há travessias no teu abismo
Apenas alguma direção.
Orienta-me nas tuas cores
Nas luz dos teus olhos
Que fitam meus desejos
Desvenda-me com teus sabores
Corrompe-me os sentidos
Só basta a mim e a ti.
No labirinto deflagra
A harmonia que emana dos teus poros
Concedo tua sonoridade: som e silêncio.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Superfície reflexiva: a própria contradição...


Entregue à superfície....como barco ancorado ou serpente no deserto....
Dilata e contrai....criando fendas sem profundidade...nada além da superfície
Sem fugas, sem ímpetos....sem saída.

Mordacidade


1º Ato: público
2º Ato: privado
3º Ato: me
4º Ato: you
5º Ato: cômodos vazios, um jornal, luzes acesas
6º Ato: brisa entre corpos
7º Ato: sinal fechado

Obscuro


Circuntâncias...
Um fenômeno telúrico...
Usted es el último?

A vida...
O mito...
A dialética...
A dialética dos seus discursos...

Sua figura e o meu caos
Um cais e a noite
Devassidão e abrigo

A juventude e seus caminhos
O moralismo
O surrealismo
Oportunismo

Mãos e palavras
Sinceridade
Sob o sol
Obscuro

1977


Porque o essencial é suficiente...
Porque a espera é fadigante
Porque as armas não bastam
Porque as violetas deveriam ter espinhos
Porque olhar apenas não move
Porque o movimento é a vida
Porque os sonhos são imparciais
Porque quando onde por que deveria estar
não se encontrava
Porque os labirintos são suspeitos
Porque os desejos insatisfeitos
Porque o doce é o pior amargo
Porque os animais são cruéis e somos cruéis
Porque a natureza não se revela, nem se revela os mistérios
Porque a busca tem fim, mas as respostas não.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Alguém segundo Heidegger


O profundo tédio, que como névoa silenciosa desliza para cá e para lá nos abismos da existência, nivela todas as coisas, os homens e a gente mesmo com elas, numa estranha indiferença.

Som & Silêncio II



Pode a insanidade entorpecer-se de liras e embriagar-se nos arranjos...
Somente...silêncio
Somente...som
Nas pausas encontra abrigo
Nos acordes: propósito
Nas mãos se desviam: os escárnios, os horrores, ingratidão
Nas mãos recebe, nas mãos almeja.........inverossímil
Singular silêncio
Singular som

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Som & Silêncio I


De suor e saliva
Embriagar-se
Néctar e sorriso
Quando adormece

Entreaberta
A chave e o caminho
Nenhum indício
Apenas uma saída

Retorna ao recinto
Alguém espera
Nem Fitzgerald, nem verbo
Apenas desejo
Som & silêncio

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Re-versos


As verdades transcorrem,em palavras
Tais como as mãos que percorrem os trastes
Eis os dormentes da música
Eis a guitarra dos trilhos

Impera caos e concreto
Rumos inesperados de suor e de sangue
Alívio...inspiração
Reversos....revolução

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Labirinto Parado...por Madredeus


Perdi-me num labirinto de saudade
Senti
À montanha
Dos sítios que não mudam
Subi
E ao abismo
Do vertiginoso futuro
Desci
Procurei para o sol
Procurei para o mar
Mas sem ti
No céu da paisagem daqui
Afinal não saí
Mas sem ti
No céu da paisagem
Perdi
A noção da viagem
Na pedra já mais que branda da memória,
Escrevi
Com o tempo
que o musgo vai levando a crescer
Com o brilho que a esperança nos faz
no olhar
Escrevi
Que a saudade é prima afastada do vagar
Mas sem ti
No céu da paisagem
Perdi
A noção da viagem
Mas sem ti
No céu da paisagem
Daqui
Afinal não saí
Mas sem ti
No céu da paisagem
Perdi
A noção da viagem
Labirinto Parado, Madredeus

"Para o cinema tudo se torna uma imensa natureza-morta, até os sentimentos dos outros são qualquer coisa de que se pode dispor."
(Federico Fellini)

Are You Feeling Better Now? So...

Feeling


futilidade: ser mais egoista do que a própria sombra....esquecer dos instintos, ser conduzido pelos medos, fracassos, pelo óbvio e obsoleto...embarcar nas aventuras sem ter conquistado o caminho de volta....girar em torno do próprio umbigo e destratar as semelhanças, valorizar as indiferenças...corromper os ideais...perder a aposta com a vida...ah que se dane as advertências...as coerências...há um único caminho: ouça e veja quem quiser...há menos presença e sentimento no concreto...abstração e generosidade são remédios raros na humanidade...pureza então é a solução!

Demora


Esqueça o ventilador, os óculos, a cerva gelada, água ,boné, filtro, a chuva, a sombra,...o suor, a saliva....esqueça...nada atenua o deserto da alma, nem resfria o calor dos corpos a procura de respostas....desmoronam as facetas da verdade,do humor, da piedade...demora a seguir em frente, mas quem afinal conduz a própria história?
Não se deve demorar para encontrar a felicidade....perder-se-à no deserto dos ânseios....ou no marasmo da rotina.
Faça as malas!!Vá atrás....não corra demais....esqueça...porque quem esquece o passado, vive melhor o presente....demore a viver...

De inspiração basta-me o mundo!!!




Nada tão singular quanto as flores:
a
d
o
r
n
a
m


ornamentam, delicadas como a brisa...singulares..cada uma desvenda um ímpeto, uma doçura, uma meiguice...nem os espinhos as conduzem para longe dos olhos...por mais solitárias que possam se encontrar são os personagens principais da relva, das veredas...dos dias ensolarados de primavera....e outono...e inverno...verão: sempre arrebatam nossos pensamentos e olhares....divina criação!!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Una....


"Se é um lugar-comum dizer que não haveria coisa visível sem a luz, logo se lhe acrescenta um paradoxo, a saber, que a luz pode igualmente permitir a expressão, o fazer ver aos olhos do espírito aquilo que escapa aos olhos do corpo."

René Huyghe

segunda-feira, 2 de março de 2009

In-so-li-tez

Insólita em sua tez, suculenta em sua insolitez...



"Não é que vivo em eterna mutação,
com novas adaptações a meu renovado viver
e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir.
Vivo de esboços não acabados e vacilantes.
Mas equilibro-me como posso,
entre mim e eu,
entre mim e os homens,
entre mim e o Deus"
Clarice Lispector

domingo, 1 de março de 2009

Monólogo V-O descompasso


Nem o ópio e nem o absinto
É capaz de apagar cicatrizes
Eliminar o sofrimento da vida
Instaurar a paz e o equilíbrio

Há fugas, sonhos, destempero
Que não consertam caminhos
Antes é preciso aprender a caminhar
Recomeçar, rumar novos horizontes

O amor é um descompasso da vida
Torna o homem forte e vunerável
Torna- o sóbrio e desatinado
É o bem mais precioso...
E o mais difícil de ser conquistado

Mas o amor transforma as cinzas
Repara, constrói, multiplica a vida
No qual, céu e terra encantam-se
Em abundante felicidade, jubilam-se
O homem, seu destino e sua alma.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Monologo IV- Caminhos
Por Luciana Lira

Siga a estrada, siga seus caminhos
Não há instinto que não te leve
Eleve seus pensamentos, descubra-se
Olhe no seu interior, desnuda-se

Há quem sirva como obstáculo
Há quem diga que há uma luz
Não importa as incertezas
Quais mistérios a desvendar
Há rumos e proezas a se conquistar

Desvenda-se os olhos, uma leve lembrança
Passado e presente se encerram
Com o toque de nostalgia
É o futuro que reserva as alegrias
É o momento que propaga o resultado do futuro
Onde as tristezas se dilaceram.
Monologo III- A fissura
Por Luciana Lira

A nossa fissura é reveladora
Do caos, do imutável desconhecido
Que reside dentro de cada devaneio
Entre linhas adjacentes que se cruzam
Entre dormentes, numa mente devoradora

Do sabor, adocicado e suculento
Dos lábios adornados em mel
Do aroma impregnado de perfume
Suave e delicado como a brisa do vento

Que não destempera o calor dos corpos
E não acessa o fevor profundo da pele
Que não cessa com palavras e entrelinhas
Nem com olhares, vozes e delírios
Antes triunfa nas aventuras e desejos
E se enaltece com a malícia e seus segredos

Qual se esconde entre sutilezas e êxtases
Na trama que se constrói dia a dia
Que enreda os mistérios e as vontades
Na fissura e nos sonhos que desatinam a vida

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Voltaire e eu

Conheci o dito cujo numa mesa de Fausto & Manuel, apresentado pelo Faraó da Leitura.
A principio estava meio contido em seu mundo ou o destino de Zadig. Mas aos poucos fora se relevando...mas não o permiti, pelo menos naquela noite...
Dia seguinte, estava meio anisosa, por onde estaria Voltaire? Estaria por outros caminnhos, com outros sorrisos e abraços?Me bateu uma saudade...
Encontrei-o, um pouco misterioso, mas ali estava esperando-me para se revelar...o que me diria afinal?
Seria o momento apropriado?
Deveria...?
Eis que me declara abertamente:
" Não desesperes, meu filho: era uma vez um grão de areia que se lamentava de ser um átomo ignorado no deserto; ao cabo de alguns anos tornou-se diamante, e e agora o mais belo ornamento da coroa do rei das Índias!"

Monologo I: A chama


Prefiro o ímpeto do monológo do que a impetuosidade da poesia! Luciana Lira

A chama que se aquece, se esquece!
A chama da mulher que espera por seu amor
A chama do fogão
O ferro de passar e o seu calor...

Mas quem apaga a chama da mulher
Que procura por seu amor?
A chama do fogo tem o seu botão
O ferro de passar tem o seu botão
E qual é o botão da mulher?

É a traição?!
Se ela é traída apaga-se sua brasa infinita
Se ela é traída se esquece do amor, inimiga
Inimiga de seus próprios desejos
A traição a cerca nos lugarejos do seu coração
E ela trai: para se esquecer e sua brasa acender!
Surge uma nova paixão: ilusão!

O fogo, a chama e a paixão
Com a água se detêm
Na água nasce o romance e o ópio
O amor e o ócio
Que a espera de alguém pode provocar:

Delírios, devaneios, deleite, delitos
De um, algum lugar
De um, algum alguém
Nalgum, nenhum
Apenas um: o amor

Monologo II-Oportuna-idade

O tempo à espera da vida
Dá à vida oportuna-idade
Momentos únicos
Tempos eternos
Terno caminho
Não há barreiras ou espinhos
Não há fogueira das vaidades

Mas se perder oportuna-idade
Em qual tempo resgatará
O oportuno momento
Na flor da idade
Desviará o seu caminho
Não há brotos e sim espinhos
Conturbando a felicidade