domingo, 17 de outubro de 2010

Process


Onde encontra o botão on/off?
È possível trocar o chip?
Reprogramar
Deletar
End
Go
Qual direção?
Start ou Pause
Processa....
Cada linha...
Em cada palavra
O silencio
Processan....
Cada ato
Cada olhar
Um desafio
Processand
Ctrl
Page up ou page down?
Sair da superfície de um ...
È mergulhar na profundeza do outro?
Emergir
Renascer
Viver
Processando.

domingo, 29 de agosto de 2010

Mosaico parte I


Que bom seria viver numa espécie de casulo, onde a parte externa do mundo não interferisse na metamorfose, no crescimento....
Mas exposto ao mundo, os questionamentos inquietam, pois não há esboços definidos de respostas, não há sinceridade explícita....porque tudo está guardado em algum lugar da lembrança, é improferível.
As memórias esvaem-se dia a após dia, e agarrá-las e guardá-las já não interessam mais...
Interessam-se somente a consciência do presente, o não domínio do tempo, o impudor, a sensatez ou até o inatismo se necessário for.....mas a vivência requer mais, articuladamente, a manifestação do que poderia estar encasulado....

Imagem de Escher

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Contrastes


(Imagem de Escher)
Preto ou branco
Sol ou lua
Alto ou baixo
Triste ou alegre
Manso ou irado
Som e silêncio

A vida tem seus contrastes...
Desastres, tropeços e chão
Sonhar pouco é ilusão?
Ou agir é a solução...

Quem se acomoda com muito
Esquece de ousar...
Quem se acomoda com pouco
Esquece de sonhar

Apenas o momento provoca a ação
Apenas o tempo evade a reação
O esquecimento promove a paz
A indiferença desperta a omissão

Agir depende apenas do equilíbrio
e dos contrastes de razão e emoção.
Sonhar independe dos contrastes
Mas infunde-se neles involuntariamente,
Ilimitado é o desejo
Imoderada é a mente.

sábado, 5 de junho de 2010

Apenas real


O abstrato ainda resiste ao concreto....
Eu resisto a você e você a mim
Mas não importa agora
Não estamos prontos para o desafio
Sou apenas o silêncio
E você apenas o som

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mulher em transição


Apenas silêncio
Um vulcão inativo
Até as palavras escapam das linhas
Porque as linhas não traduzem, não há expressão
Não há linguagem para solidão

Mulher em transição, é ser quase vulnerável
As vezes nas nuvens, às vezes com o pé no chão
Constrói um caminho, esbarra na desilusão
Quem a espera, ou que esperará?

Os dias ensolarados do outono que cegam teus olhos
As noites de lua que alimenta seu coração
És frágil, porém luta em cada instante
Porque a liberdade traduz a sua ambição

Mas não és livre do mundo
Oprime-se no seu universo
Insandecida procura razão
E na razão a insanidade dos versos
Os quais eloqüentemente fogem de si
Como lobos à caça da sua melhor refeição.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Katsura= Cercidiphyllum


Definição: nome japonês para árvore.
Teus frutos amadurecem no outono.
É muito sensível à seca e às necessidades profundas.
Exala um perfume de açúcar mascavo queimado ou algodão doce..
Numa noite teu nome desembarcou nos meus sonhos
Em tons de verde e de vermelho intenso em meio aos seus jardins
Katsura...jamais esperaria encontrar aquele paraíso nas minhas lembranças
Havia cores e pessoas felizes ao som e ao toque das folhas verdes...
Katsura era o fruto que resplandecia naquele arvoredo....
Mas a realidade: é o nome do manancial que corta tua paisagem sinuosamente.
È essa desambiguação que me fascina...
E é ambigüidade que me lança no destino.
Porque encontrar uma resposta requer ousadia e impetuosidade.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Haikai às delicadezas cotidianas

São sutilezas
E gentilezas
Que evaporam das maçãs.

Nas tardes frias
Aquecem as divisórias
Evaporam a sonolência nas manhãs.

Seu intento é aprazível
Tal como o sorriso,
E a tez ruborizada como maçãs.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

I want

Profusão de delicadezas:
Porque a sutileza não faz parte de mim.
Inspiração
Porque a realidade é indomável e somos assim.
Hesitação
Porque a determinação aniquila e a decisão é uma encruzilhada.
Paciência
Porque o tempo é o imimigo que pretendo ter por perto...
E teu olhar e teu aroma...Isso é o suficiente.

Camaleão

Outras criaturas

revelam

verdadeiramente

quem somos de fato:

autoretrato.

Tartaruga

Algumas criaturas

revelam

simplesmente

o nosso estado de espírito:

autoretrato.

Ao espelho I

Ela é a própria insanidade
Em verde, laranja e vermelho.
Não há mais luz que possa contê-la
Ela é própria luz em neón
Em verde, laranja e vermelho.
Ela é incapaz de conter seu desejo
É degradante, deplorável, devassador
Teus olhos a tragou por inteiro
Em ti permanecem os pensamentos
Em verde, laranja e vermelho.
Procura sair da escuridão
Que a sua ausência implacou.
É o próprio absurdo!
Ela dança, canta, encanta...
É a fuga ou o desespero?
Mergulha no abismo procurando livramento
Arranca-te e lança-te longe
E longe permanece...
Isso a insatisfaz.

Ao espelho II


Insone em realidade,
Seu deleite é imoralizar a própria alma,
Provocar ao mundo,
Castigar-se e enfraquecer-se.
Tolice! Porque a fuga, mulher, não reside na atitude mas no próprio esquecimento.
Ela esquece.
Pensa que esquece.
Dorme outra vez.
Agora é indiferente enquanto sonha.Nela reflete a paz e a tranquilidade que outrora se fez anseio: em verde, laranja e vermelho.
Enquanto teu corpo adormece inconsciente da loucura que assola e tira-lhe a liberdade, a própria vontade.
Essa mulher pincela a própria infelicidade: em verde, laranja e vermelho.

domingo, 18 de abril de 2010

Copos vazios- introdução


Em algum momento os copos estavam vazios. Neles outrora jaziam apenas a fúria e a ironia. Seu transbordamento se deu aos poucos, numa cidade deserta sedenta por afeição. Por isso, seu caos foi revelado aos poucos, porque na mulher não havia mais nenhum sentimento que aflorasse alguma pureza e sobriedade. Sua generosidade e paciência ficaram em silêncio e seus ímpetos a comandaram. Achava que era livre e pensava que amava. Mas seu egoísmo a tornou cinza, tal como o conteúdo dos copos. Tudo ao seu redor permaneceu cinza por um longo tempo. Quando descobriu as cores em alguma primavera, não aceitava e nem permanecia resignada: sua mente apenas alimentava alguma esperança de vida plena, de fé ou de tesouro escondido nos copos. Neles não quisera tocar, porque temia o transbordamento do que era frívolo e maldoso, porém estavam estampados em suas mãos e tintas. Os copos eram frágeis e sensíveis demais e por isso ela os escondia em lugar tão seguro e intangível que ninguém poderia enxergar, tocar ou perceber. Isso era seu maior triunfo: dominar seu esconderijo. Por vezes, ela perdia-se nos labirintos que construiu para alcançá-los e nos copos transbordava a insanidade. Queria encontrar o caminho, traçar uma rota, mas não conseguia, pois a sua procrastinação, a sua teimosia em fazer algo próximo ao perfeito desfez todos os mapas mentais possíveis. Caiu no esquecimento e no próprio esquecimento. Sua identidade perdeu-se como os copos vazios. Ainda que transbordassem, era demasiado difícil conseguir alcançá-los e tomá-los novamente para si. Entretanto, alguém os encontrou.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Transição

Modesto mundo: és clandestino nos nobres gestos e teus desafetos não encerram interesses em ti, todavia sobrepujam tuas riquezas.
Indiferente mundo: és acomodado nas decisões? Ou imparcial nas ações? Nas contradições e nas interrogações encerram os pontos.
Imenso mundo: nas linhas que moldam teu relevo, tão insignificante torna-te ao universo, como teus filhos iníquos e desafortunados que encerram nus e orfãos
.

domingo, 21 de março de 2010

Mosaico


Quais elementos necessários para tornar puro o insípido?
Quais as formas adequadas para enquadrar os limites?
Não quero buscar as respostas, mas ser insurgente nas reflexões...
Limitar rompe as fronteiras da concepção,
Transporta ideologias inacabadas,
Impõe o silêncio na alma.

sábado, 20 de março de 2010

um outono e um haikai inspirador


"Brisa de outono
Como flechas de sombras
Os pássaros voltam.
"

Um haikai no Outono


Outono começa...
A brisa dispersa
Sementes e flor.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Da minha aldeia

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer.
Porque eu sou do tamanho do que vejo
e não do tamanho da minha altura...
nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
na cidade as grandes casas fecham a vista a chave,
escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
e tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver.

Alberto Caeiro, em “O Guardador de Rebanhos”

sábado, 6 de março de 2010

Na paragem...


Quero te encontrar na imensidão dos meus pensamentos
Esbarrar nas linhas poéticas ou na melodia ressonante dos meus sentidos
E vê-lo tão quieto,terno como que guardado nos meus segredos
E despertar com seu sorriso que ilumina meus intentos...

Novos caminhos


Enquanto houver trilhas, pessoas e histórias
Lá estarei...sem medo
O apreço pelos destinos, sorrisos e laços
Não me faz hesitar em meus caminhos
E pelo mundo busco novas formas de liberdade
E pelo acaso, a solidez e a brandura.
Enquanto houver pegadas, emoções e vitórias
Vou me fortalecer diante os obstáculos
Vou alcançar a felicidade
Vou me lançar nos braços da vida.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

2010...mais de dois mil motivos para mudanças...


Esse ano começou com pé direito...pelo menos pra mim. Tá certo que com um dose de chuvas repentinas, baladas new age e coisas afins, mas pelo menos diferente e diversificado.
As promessas são as mesmas: mais organização, mais disciplina, mais alguma coisa esquecida no fundo do baú. Não importa muito as promessas agora, importa que é melhor esquecê-las e viver cada dia intensamente- eis uma mudança significativa.
O bom humor e perpectivas também são bem vindas, afinal, não é sempre que o destino colabora com as nossas mais nobres intenções. Entretanto desistir, aborrecer, largar, esquecer são verbos obsoletos nesse ano.Pq? Simples: a vida tem que continuar, não importa quantos obstáculos e quantos tropeços ocorrerem... o otimismo é o pensamento e a prática necessária, bem como a determinação: afinal não há pedras que não possam ser removidas e nem caminhos que não possam ser conquistados.