domingo, 3 de abril de 2011

Reflexões sobre a intolerância I



Há algum tempo não me interessa escrever. Expor alguma expressão tornou-se mais difícil do que percorrer uma maratona de São Silvestre ou assistir a uma final de campeonato com o Fla-Flu....parecia que surfar estava mais fácil (embora resida a milhas de distância de uma praia) do que dizer algo...por que?
Simples: a linguagem escrita não transmitia nem metade do que costumava pensar e tornava-se árdua a tarefa de transcrever sensações, idéias ou algo semelhante. Mas o blog existe, é fato, fazer o quê.....mas ser indiferente ao mundo é mais difícil do que escrever...então começarei novamente...
Estou invocada com o mundo, com as pessoas. A minha resignação deve-se principalmente ao perceber determinadas tolices, é uma delas é a intolerância. O que é afinal intolerância...??? Ao perguntar-me isso, questiono se também não estou sendo intolerante e portanto tola. Mas vale a pena descobrir a resposta.
Se a intolerância pode ser definida como atitude decorrente da inabilidade de respeitar e conviver com as diferenças, então somos intrinsicamente intolerantes, porque tudo o que é novo e diferente nos causa certo temor e preconceito. Se sua fonte é cultural ou religiosa, o fato é que somos intolerantes com tudo aquilo que não pertence ao nosso mundo, que não é adaptável a nossa percepção e que não consentimos conviver...para começar essa reflexão e abrir espaço para outras mais, inicio essa primeira parte com uma citação muito pertinente do Dostoievski ,com a metáfora do grande inquisidor...o qual tem conduzido minhas novas percepções...
“... queres ir para o mundo de mãos vazias, pregando aos homens uma liberdade que a estupidez e a ignomínia naturais deles os impedem de compreender, uma liberdade que lhes causa medo, porque não há e jamais houve nada de mais intolerável para o homem e para a sociedade! Vês aquelas pedras naquele deserto árido? Muda-as em pão e atrás de ti correrá a humanidade, como um rebanho dócil e reconhecido, tremendo, no entanto, no receio de que tua mão se retire e não tenham eles mais pão”
Somos intolerantes porque tememos a liberdade??